Advocacia 5.0: a revolução tecnológica no setor jurídico
Pode ser que não seja de conhecimento de muitos, mas o Brasil há alguns anos vem se destacando na área jurídica e na advocacia 5.0 quanto ao uso da tecnologia comparado a grandes potenciais mundiais. Já imaginou se pudéssemos entrar no DeLorean e dar uma breve espiada no futuro? Talvez tivéssemos até uma surpresa ao perceber que hoje estamos mais avançados do que imaginávamos.
O Poder Judiciário Brasileiro foi um dos pioneiros no mundo a utilizar a tecnologia. Hoje, no Brasil, praticamente todos os processos judiciais são eletrônicos, tanto na Justiça estadual, como federal ou trabalhista, em todas as instâncias. Com isso, automaticamente, reduz-se a burocracia e o tempo de tramitação de um processo.
E engana-se quem pensa que avançamos apenas na esfera judicial. Para se ter uma ideia, em 2017 a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) possuía apenas 20 startups em seu radar. Em 2021, o número de startups voltadas para o setor jurídico associadas passou para 610. A transformação digital tem impactado significativamente o setor jurídico nas últimas décadas, trazendo mudanças em processos e formas de trabalho. Hoje muito se ouve sobre advocacia 5.0. Mas, de fato, você sabe o que significa?
Advocacia 5.0: o que é?
Esse conceito é uma nova abordagem em relação aos serviços jurídicos prestados que se beneficia da adoção de tecnologias avançadas, como automação, análise de big data, inteligência artificial, blockchain, entre tantas outras. Diferente da advocacia 4.0, a advocacia 5.0 inclui elementos como colaboração, sustentabilidade e responsabilidade social, visando aprimorar a prestação de serviços jurídicos. Ou seja, une a transformação digital com as demandas da sociedade.
Para alcançar todo o potencial com a evolução que a implantação da advocacia 5.0 proporciona, é preciso que os profissionais consigam se adequar as novas necessidades do mercado, como habilidades técnicas e conhecimento em relação ao uso da tecnologia. Ou seja, é uma quebra de paradigmas, principalmente para aqueles que ainda são adeptos aos padrões conservadores.
O setor também enfrenta outras dificuldades, como a falta de investimento em tecnologia e em segurança cibernética por parte de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos; e, talvez a principal delas, a resistência cultural e organizacional.
O que vimos até agora é que ao usar a advocacia 5.0, o principal objetivo é otimizar os serviços jurídicos e melhorar a qualidade do atendimento ao cliente. Para alcançar esse resultado, é preciso se basear em cinco pilares fundamentais:
- Blockchain
Utilizado para criar contratos inteligentes que são capazes de automatizar muitas atividades que antes eram realizadas manualmente por advogados, como a elaboração de contratos, a validação de documentos e a execução de transações financeiras. Sem contar que traz mais segurança e transparência no armazenamento e compartilhamento de informações jurídicas.
- Internet das Coisas (IoT)
Na advocacia 5.0, a IoT pode ser utilizada para coletar dados e informações relevantes para casos jurídicos. Além disso, é possível oferecer soluções mais eficazes para questões jurídicas relacionadas à privacidade, propriedade intelectual e responsabilidade civil, entre outras áreas. Os dados coletados também podem ser utilizados para analisar tendências, prever possíveis riscos e desenvolver estratégias.
- Jurimetria
A jurimetria utiliza análise estatística e matemática para estudar padrões e tendências em dados jurídicos para que, assim, seja possível extrair insights valiosos sobre o desempenho dos tribunais, comportamentos dos juízes e outras informações úteis para a prática jurídica. Na advocacia 5.0, ela ajuda os advogados a tomarem decisões baseadas nesses dados.
- Machine Learning
Técnica de inteligência artificial que permite que os sistemas aprendam e se desenvolvam com base em dados, sem a necessidade de serem explicitamente programados, o Machine Learning pode ser utilizado para analisar grandes quantidades de dados jurídicos, como decisões judiciais, precedentes e leis, identificar padrões e tendências etc.
- Sociedade 5.0
A sociedade 5.0 descreve uma nova era na evolução das sociedades humanas, impulsionada pela convergência entre o mundo físico e o mundo digital e tem como objetivo promover o bem-estar humano, a sustentabilidade ambiental e a inclusão social, utilizando tecnologias como inteligência artificial, robótica e internet das coisas. E a advocacia 5.0 é uma das áreas que pode contribuir para o avanço dessa sociedade, fornecendo serviços jurídicos mais eficientes e acessíveis para todos.
Benefícios
A advocacia 5.0, como já dissemos acima, envolve o uso de tecnologias avançadas para facilitar melhorar os serviços jurídicos, além de aprimorar a experiência do cliente. Com essa transformação digital, escritórios e departamentos jurídicos alcançam alguns benefícios estratégicos, como:
- Melhoria na qualidade dos serviços
A adoção de tecnologias permite que os profissionais atuem de forma mais eficiente e precisa, o que pode levar a decisões mais fundamentadas para, assim, defender melhor os interesses dos clientes.
- Sustentabilidade
A advocacia 5.0 pode trazer benefícios significativos em termos de sustentabilidade. Desde a redução do uso de papel, redução de custos operacionais, redução das emissões de carbono, custo com espaço físico para arquivamento de documentos, entre tantos outros.
- Responsabilidade social
Aqueles que adotam essa abordagem são incentivados a considerar, além dos interesses dos clientes, o impacto social de suas decisões. Eles buscam sempre contribuir para o bem-estar da sociedade como um todo.
E você? Já se preparou para a Advocacia 5.0?
Ainda existe um oceano a ser explorado dentro do setor jurídico, há muito espaço para tecnologia e inovação. Hoje, na área societária, temos a Societário Digital, uma empresa com foco 100% em oferecer, de maneira digital, todos os livros societários obrigatórios às empresas em atendimento à nova legislação.
Para se preparar para a advocacia 5.0 é importante estar disposto a aprender e se adaptar a novas tecnologias e formas de trabalho. Investir em educação e treinamento, conhecer tecnologias e ferramentas digitais, adotar uma mentalidade orientada a dados, estar focado nas necessidades e expectativas do cliente e, principalmente estar aberto às mudanças, será fundamental.
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